doppelgänger |cs103

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fascinados pela complexidade dos sons microscópicos e por tudo o que está para lá do som convencional e de não menos convencionais instrumentos musicais, Birgit Ulher (trompete), Ernesto Rodrigues (viola), com Carlos Santos no processamento electrónico em tempo real, procuram em Doppelgänger (Creative Sources Recordings) a redefinição, mais que do papel dos instrumentos, do seu próprio conceito e daquilo que se conhece como resultante possível da execução instrumental. Inomináveis possibilidades sonoras são-nos propostas para funcionar em diferentes planos e contextos, texturas granulares, atrito, afagar de superfícies planas e rugosas, distensão, focagem próxima do objecto, eco, revisão, distância e refocagem. Expressionismo abstracto, pontilhismo, nuance delicada. A par da extensão e criação de um vocabulário alargado, o uso para além dos limites conhecidos do potencial acústico de instrumentos tradicionais, cobrindo zonas escondidas, insuspeitas e improváveis, e pondo em causa o paradigma anteriormente definido. A tónica é colocada no som enquanto ruído ventilado ou raspado, quase se pode ver o ar a circular por dentro do tubo de metal, modulado pela intensidade do sopro, talhado e esculpido pelo accionar das válvulas, ou nascido do afagar, raspar e percutir das cerdas do arco nas cordas metálicas em tensão, num curioso e eficaz mimetismo de sons electrónicos, que nuns casos surgem intencionalmente, noutros são puro acaso. Este aspecto é acentuado com criativo live sampling de Carlos Santos, que consiste em escolher e captar sons acústicos gerados em cada instante e reformulá-los, aumentando as suas propriedades acústicas ou pondo em evidências determinados detalhes, reintegrando-os, desfasados no tempo, na panorâmica geral. Com maquinaria sofisticada ou sem ela, o mais importante é o factor humano, e esse sobressai através da interacção espontânea, da procura de novos códigos de comunicação, choque e aproximação de imaginários, comunhão de ideias sem cálculo nem estudo prévio, aceitando à partida correr os riscos próprios da performance sem rede, na qual ou os artistas se equilibram no fio ou se estatelam cá em baixo. Doppelgänger aí está para provar que tudo correu bem. Como na música do compositor norte-americano Morton Feldman, o silêncio é a moldura na qual os sons são dispostos, sucessivamente projectados. Num curioso paralelismo, tal como a música de Feldman se relaciona intimamente com a pintura, no sentido em que a música é um forma concreta de definição espacial através da cor e da forma na procura da tridimensionalidade, compatível com também redução ou ausência de som. Em Doppelgänger há o mesmo tipo de relação, aqui mais próxima do cinema que das artes plásticas (Doppelgänger é o termo alemão para duplo de cinema), patente não apenas nos títulos escolhidos para os seis episódios (The Idle Class; The One; Welt am Draht; The Third Man; Face/Off; e Johnny Stecchino), mas no mesmo tipo de conceitos, movimentos e de uma dualidade entre o positivo e o negativo da película que é projectada numa tela imaginária. Há um foco de luz entre músico e instrumento e a projecção no tempo e no espaço. Entre Ulher, Rodrigues e Santos, há um acordo tácito em cujos termos compor em tempo real é demarcar um território sonoro, é assinalar coordenadas que no instante anterior não estavam lá, mas nascem do sensível equilíbrio entre acção e inércia; é flutuar, forma ilusória de suspensão; é movimento real e aparente, transparência, experimentação, um processo em que música e executante se fixam entre o que é determinado (aquilo que é querido e corresponde a uma vontade deliberada) e indeterminação (o caminho que os sons fazem por si próprios, autonomamente, depois de libertados no espaço). No fundo, Doppelgänger é uma tentativa bem sucedida de responder à questão, a um tempo simples e complexa, de saber onde, como e quando colocar os sons no espaço invisível à nossa frente. O que resulta num desafio para os artistas e num apelo à imaginação do ouvinte, para que também ele organize a sua própria composição enquanto ouve. Eduardo Chagas (Jazz e Arredores)

Ernesto Rodrigues tem sido um dos músicos mais prolíficos da cena improvisada nacional. Se é verdade que tal não tem sido alheio ao facto de este possuir uma editora, a Creative Sources, não é menos verdade que a consistência e eclectismo do seu percurso têm justificado plenamente o ritmo a que os seus projectos vão sendo editados. Vem isto a propósito do mais recente título da sua discografia, Doppelgänger, um trabalho que se salienta dos anteriores em dois aspectos fundamentais.
Em primeiro lugar, por ser a primeira vez que escutamos E. Rodrigues a interagir com um “duplo”, “Doppelgänger” em alemão. Com efeito, ao lado de Rodrigues e Ulher encontramos Carlos Santos, o “duplo”, cuja função aqui consistiu em recolher amostras dos sons que os seus companheiros iam produzindo em tempo real, para os processar e “devolver” ao espaço acústico momentos depois.
Em segundo lugar, pelo facto de este ser um trabalho que de certo modo sintetiza as duas principais tendências que têm caracterizado a música de E. Rodrigues nos últimos três anos: por um lado, uma certa inclinação para o noise e distorção sonora (como nos álbuns Sen ou Diafon), por outro, uma notória afinidade pela construção de “soundscapes” e por formas de organização sonora relativamente próximas da harmonia e da consonância (como em Oranges ou London). Se as duas composições que abrem o disco são ilustrativas destes extremos, acaba por ser nas peças subsequentes que se sente uma maior aproximação e, nalguns casos, convergência entre estas duas tendências.
Em termos individuais, o desempenho dos três músicos é consentâneo com aquilo a que nos têm habituado. Carlos Santos demonstra a sensibilidade e subtileza de outras ocasiões, preferindo assumir uma postura discreta e expectante ao invés de optar por uma via de confronto aberto com os seus companheiros. Birgit Ulher assina aqui uma das melhores prestações que dela conhecemos, denotando uma técnica extremamente apurada e entregando-se ao processo criativo com inusitada intensidade e clarividência. Por fim, em Ernesto Rodrigues ressalva-se a diligência e versatilidade com que se coloca ao serviço do grupo, umas vezes disperso e pontilhista, outras preferindo as atmosferas densas e carregadas que o recurso a um arco curvo lhe permite criar.
Em suma, mais um disco a não perder no excelente catálogo da Creative Sources. João Aleluia (Jazz.pt)

The Idle Class (Chaplin), The One (Wong), Welt am Draht (Fassbinder), The Third Man (Welles), Face/Off (Woo), Johnny Stechino (Benigni), lauter Filme über Doubles, schwingen im Hintergrund mit bei Doppelgänger (cs 103), sechs Diffusionen der Trompeterin BIRGIT ULHER mit ERNESTO RODRIGUES (viola) und CARLOS SANTOS (live-sampling). Akzentuiert dabei scheint mir nicht die Spaltung zu sein, sondern die nur hauchdünne Differenz, die Ununterscheidbarkeit der Dinge von ihren Schatten. Die Trompetengeräusche klingen nicht nach Brass, sondern wie von Holz oder Karton geschabt, oft nur wie eine mit den Lippen beschmauchte Imagination. Der Saitenklang ist nur ein Kratzen oder ein flirrendes Gespinst, das Sampling ein unsichtbares Drittes, das mit Phantom- und Avatarklängen aus Luft und Strings das Grau-in- Grau weiter verunklart. Rodrigues ist der Garant dafür, dass zumindest die mikrotonal reduzierte Musique Concrète von CS sich gleich bleibt. Rigobert Dittmann (Bad Alchemy)

When the history of improvised music at the turn of the 21st century comes to be written, the Creative Sourcres catalogue will prove to be an invaluable resource. In barely seven year’s Portugal’s Ernesto Rodrigues and Carlos Santos have released a staggering 109 albuns, and the list of more than 200 musicians whose work has apperead on the label reads like a who’s who of contemporary Improv.
Not surprisingly, violist Rodrigues himself appears on no fewer than 18 CS releases, and German trumpeter Birgit Ulher has so far racked up seven outings. Santos’s discography is a more modest affair; Doppelgänger is only his third appearence on the imprint. Like the country road winding into the middle distance on the CD cover, it’s beautiful but not exactly dramatic – there’s none of the adrenaline fizz tyhat characterised Ulher’s Sputter with Gino Robair, ort he spiky pointillism of her Nordzucker trio with Lars Scherzberg and Michael Maierhof. And on viola Rodrigues has always cultivated the art of understatement, preferring the gentle hiss of bowed wood to the pyrotechnics of a Charlotte Hug. Santos’s electronics are as subtle and elegant as they were on Insula Dulcimara, his 2003 Sirr album with Paulo Raposo, and his skilful live sampling ensures that the interaction throughout is thoughful and restrained. Maybe too restrained, in fact: Ulher’s no slouch when it comes to extended technics, but she’s more impressive dodging bullets from the likes of Robair and Roger Turner than she is playing the purring pianissimo endgame. Dan Warburton (The Wire)

During the first minutes of “The idle class”, opening track of the CD, it becomes instantly clear that this could be declared a fundamental piece of work by the end. And - let me ruin your curiosity by anticipating the verdict - it certainly is, without ifs and buts. The juxtaposition between Rodrigues’ wheezing viola and Ulher’s squeaking-and-whistling trumpet is already a thing of beauty in itself, and Santos’ sampling expansions furnish the improvised materials with a wealth of qualities that range from the obscurely celestial to the threateningly inexorable. When the coldness gets unbearable, sparse gestural activity and less-than-intuitive cracklings come to the rescue, similarly to the popping noise of a log in the fire, taking the harmonic factor out of the equation in “The one” until reversed pictures, sucked-in aural images and frail ghosts of truth surround us. “Welt am Draht” might cause eyestrain to your residual animistic dreams, for there’s no running from the choking entombment of instrumental light that this incredibly introverted dialogue elicits, its scraping glottology indicating that chants and songs are definitively no more. In “The third man”, sonic ingravescence and quartz-like refractions tie their tongues, yet what comes outs feels like epidermal gracility worsened by a damp, rusty environment. “Face/Off” shows the will of a body to rebel to an upcoming paralysis, while also being the nearest “classic EAI” moment of the whole disc, a lot of great grimy textures amidst irregular scansions and rhythmic failures. “Johnny Stecchino” ends the spectacle in full-gurgle-and-groan mode, reminding how absurd the concept of “relaxing music” is. Here’s the core of the matter: the right combination of sounds that really change personae is never tranquilizing - either it seriously moves something or it is useless, a wallpaper presence. Then again, silence is better at that point. “Doppelgänger” doesn’t belong in the watch-the-paint-dry category: listen to it very carefully, discovering that this is one for the ages. If you manage to find the key to open its creaking door, that is. Massimo Ricci (Touching Extremes)

So-called "lower-case" improvisation can run into its own kind of dead ends and ruts. After flourishing near the beginning of the decade, some musicians seem to have encountered something of a difficulty ascertaining where to go next, how far down the sparseness road to travel, how much (if any) ornamentation to allow in, etc. One answer, of course, is not to worry about any of that and to simply let one's inherent musical qualities lead one where they will.
Happily, this seems to be the route often taken by those improvisers occupying the Iberian Peninsula, including Creative Sources operators Ernesto Rodrigues (here on viola) and Carlos Santos (real-time sampling) who team with the fine trumpeter Birgit Ulher to create this always solid and sometimes stellar effort. Rodrigues' bucolic cover photographs aren't bad descriptors of much of the music contained herein which, true to its genre, eschews the dramatic in favor of the contemplative, events drifting past one another, sometimes interacting, sometimes not. At its best, as on both the opening and closing tracks ("The Idle Class" and "Johnny Stecchino"-all titles derive, obscurely, from movies), the trio evokes very convincing sound-worlds, areas in which each decision makes a kind of sense, even if the logic is difficult to quantify. Ulher abides in quiet flutters and breath tones, Rodrigues makes as much use of the body of his viola as its strings (again, for the most part softly, often bowing the wood) and Santos exercises reserve and restraint in what he chooses to remold and how he slots it into the ongoing action. Dips in interest as well as rises are encountered along the way, as to be expected in any honest endeavor. But the general level is high enough to reward a listener interested in the area as well as to provide one more bit of evidence that the field in question remains fallow. Doppelgänger is one of the better efforts along this path in recent months. Brian Olewnick (The Squid's Ear)

The sounds on Doppelganger (Creative Sources 103, 50:17) ***1/2 churn through a mixture of breathing and scraping, as a variety of steady drones or cumulous tones are punctured by more concrete utterances. German trumpeter Birgit Ulher drops in ultra-puckered brass smacks while Portuguese violist Ernesto Rodrigues saws away at his strings. Both deliver expressions that eschew the traditional palette of their instruments. Carlos Santos, also from Portugal, holds it all together, sampling the live output of his partners into an airy canvas and providing the perfect backdrop. Peter Margasak (Down Beat)

Il y a minimalisme et minimalisme. Ici, en écoutant à bon volume cette musique, qui ne se déploie pas aussi lentement qu’on se l’imagine à première écoute, on est frappé par la richesse, l’originalité et la qualité des timbres des sons proposés. On a fait grand cas d’Axel Dörner depuis ce solo publié par Michel Henritzi (Trumpet/ a bruit secret) et sa collaboration avec John Butcher et Xavier Charles (Contest of Pleasures /Potlatch) - pour laquelle Jacques Oger a eu du nez ! Sans parler de Franz Hautzinger dont le Gomberg /GroB est devenu introuvable alors que cet album serait bien à la trompette contemporaine ce qu’était Solo In Avignon de Steve Lacy au saxophone libéré il y trente ans (Emanem 301 - 1973). Birgit Uhler a à son actif quelques grandes réussites méconnues. On peut citer Umlaut, avec Roger Turner et Ulrich Philipp (un contrebassiste extraordinaire …ment méconnu), et Kunststoff avec la chanteuse Ute Wassermann et disponible sur Creative Sources. On le sait, Creative Sources propose des auto – productions. Malheureusement, certaines ne sont pas à la mesure des excellents cédés à son catalogue. Mais, Birgit Uhler y publie fréquemment les choses parmi les plus intéressantes. Les deux têtes pensantes du label Creative Sources, le violiste Ernesto Rodrigues et l’électronicien Carlos Santos (crédité live-sampling) et la trompettiste hambourgeoise créent un véritable paysage sonore vivant, animé comme la nature, plein de sons merveilleux. La trompettiste se démène avec son embouchure et ses pistons pour s’inscrire dans la trajectoire des deux portugais. Ses succions et souffleries produisent des timbres et des sons inouïs. Ils se mêlent aux frottements de l’alto au point qu’on oublie qui joue quoi dans ces mouvements amples et lents. Dans certains passages, l’embouchure et la colonne d’air semblent être en état euphorique sans que l’impression de flottement de la musique s’évanouisse. J’ai écouté cela avec ravissement. Jean-Michem van Scouwburg (Improjazz)

Climatique et délicate mais qui sait se faire pétillante, une musique électro-acoustique plutôt paysagère qui alterne avec préciosité plans larges et focalisation. Jerome Noetinger (Metamkine)

Publié en 2007, Doppelgänger est un trio électroacoustique qui réunit Ernesto Rodrigues à l'alto, Birgit Ulher à la trompette, ainsi que Carlos Santos au sample en temps réel (live-sampling), et je pense que ce dernier joue le rôle de doppelgänger, c'est-à-dire le double (maléfique ou bénéfique) des musiciens, l'ombre fantomatique qui les poursuit et surtout, les soutient. Pendant cinquante minutes, les trois musiciens originaires d'Allemagne et du Portugal proposent six improvisations où les textures acoustiques sont constamment remaniées et réinterprétées par Carlos.

Tout d'abord, comme au fondement, nous avons les textures instrumentales, toutes les potentialités sonores et techniques propres au violon et à la trompette sont déployées dans toute leur étendue. Le son du cuivre, des pistons, de l'air, les différentes attaques possibles et les jeux d'embouchures, de positionnement de la langue et des lèvres, sont diversement utilisés par Birgit. De son côté, Ernesto explore le violon dans sa matérialité même, bois, cordes, chevalet, cordier, sont frottés doucement ou violemment, le timbre est brut et les sonorités variées, toutes sortes de modes de jeux sont utilisés: l'archet rebondit, caresse ou racle l'alto, les cordes sont finement pincées ou le pizzicato se fait agressif, etc. Ces deux univers sonores s'emmêlent inextricablement, une grande attention est requise pour distinguer les différents timbres et les sources sonores. Car en plus, de son côté, Carlos en rajoute une couche en samplant ces deux univers pour en former un troisième, encore plus intimement entremêlé aux deux autres, le tissage et l'assemblage sonore se fait alors encore plus étroit et intime. Chaque phénomène sonore se trouve prolongé, un écho omniprésent constitue une nouvelle nappe qui soutient et maintient la connexion entre chacun. Comme dans l'excellent duo Butcher/Durrant, le sample se fait d'un côté extrêmement original et humain grâce à son matériau de base spontané et acoustique, et d'un autre côté, il constitue une surface interactive qui explose les frontières des instruments, qui déploie hors de toutes limites les possibilités techniques et sonores des instrumentistes.

A l'image de la photo d'Ernesto, le paysage est vaste, minimal, avec des traversées abrasives (route) et escarpées (relief), tout en restant humain (prairies, milieux naturels de l'homme). La connexion entre les trois musiciens est surprenante tellement elle est intime, et la délicatesse comme la sensibilité au son collectif autant qu'à ses variations et développements, aussi infimes et minimes soient-ils, sont constamment de mises. Six improvisations qui agencent des textures savamment, avec poésie et ingéniosité, dans une symbiose puissante et intense. Un album à écouter fort, qui demande quelque effort avant l'immersion, mais dont le voyage peut facilement ravir et surprendre. hjulien (ImprovSphere)

Le réel (11 mai 2007) et son double (Doppelgänger): évoquer Clément Rosset pour envisager cette illusion de « réel » élaborée à force de retouches – pour instruments nécessaires : trompette (Birgit Ulher), violon alto (Ernesto Rodrigues) et sampler (Carlos Santos). Il ne suffit ainsi pas à Santos de reprendre sur le vif les voix de ses partenaires pour leur faire dire « autre » chose, en décalage léger à leur expression première. Il lui faut encore, pour plus de discrétion, calquer ses propres intentions sur les leurs. De là naît l’illusion : du rapprochement d’un matériau improvisé et de ses transformations subtiles. Son triple : agitée, Ulher peut chercher à se fondre dans la trame que polissent Rodrigues et Santos sur la première plage ou passer partout ailleurs de plateau en plateau afin de répondre à chaque craquement du bois du violon ou à toute excentricité des machines. Les chants sont d’insistance et l’impression de brouillage radio qu’ils donnent parfois sont nés des façons qu’ont Ulher, Rodrigues et Santos, de camoufler sous grisailles leurs hautes conversations. Guillaume Belhomme (Le Son du Grisli)

Delicate nuance and fascinating textures from the minimal improvisations of trumpeter Birgit Uhler, violist Ernesto Rodriguez and live sampling from Carlos Santos. (Squidco)