korom |cs123

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Szilárd Mezei e Albert Márkos acabam de editar KOROM na Creative Sources Recordings. Mezei e Márkos são dois nomes relativamente desconhecidos ou porventura menos badalados nos circuitos alargados da música improvisada europeia, embora se conheçam trabalhos publicados na Leo Records e na Ayler Records, entre outros. Mezei, sérvio de minoria húngara da região de Vojvodina, é violinista de formação mas domina igualmente a viola, instrumento pelo qual opta para se apresentar neste duo com Markós, violoncelista húngaro, membro do grupo Realistic Crew. Ambos têm participado em projectos diversos, como o Szilárd Mezei Ensemble, em duos, trios, quartetos, quintetos, ou na performance de Les Philosophes, peça para cinco músicos escrita por Szilárd Mezei e inspirada na obra de Bruno Schulz. Em KOROM (CS #123), a ideia parece ter sido improvisar e investigar sons de cordas em ambiente de composição instantânea, a partir de pequenos motes pré-compostos com que os músicos se provocam mutuamente. Nessa medida, o disco é um documento que espelha bem o gosto do duo por ambientes classicistas dentro das formas actuais da improvisação acústica europeia, num complexo emocional que vai do lírico e meditativo, ao transcendente, com inesperadas irrupções após prolongado acumular de tensão, sucessão de metáforas acerca do mundo que nos rodeia, em que a luta pela sobrevivência é simbolizada pelas dissonâncias e pelas súbitas e imprevisíveis mudanças de ritmo. As peças, em número de dezoito, além de variarem muito no que respeita à coloratura, ao ambiente emocional e à duração (dos 20 segundos aos 15 minutos), constroem-se com linhas formais muito diferentes entre si, de recorte predominantemente sinuoso, com múltiplas arestas e formas angulosas. No geral, é comum um gosto especial pela estruturação mínima, progressão irregular e arranjo de criação instantânea. Nota-se um ouvido bem-educado nos clássicos, a somar a uma vasta memória dos ambientes próprios do jazz de câmara de lavra europeia. KOROM não cessa nunca de estimular o ouvinte, ao desfiar sequências de pormenores interessantes, à medida que a música se desenvolve com brilho e emotividade. Estas são algumas das razões pelas quais o disco, fruto da convergência de dois espíritos cultural e musicalmente sintonizados, é tão elegante. Eduardo Chagas (Jazz e Arredores)

Viola and cello make for a magnificent combination, this duo celebrating a wedding typified by present-day romanticism and witty improvisational options. The subdivision of “Korom” in diminutive sections (down to 19 seconds) comprised between the longer pieces beginning and ending the album attributes an inner symmetry to the whole configuration, a welcome addition to an already exquisite experience. The players investigate singular aspects of sonic free will with self control and moderation, absolutely not afraid of letting the horses go every once in a while. What starts like an almost regretful look to far-flung temporal landscapes often turns into a restless consecutiveness of calls and responses, the “scrape, scratch and pluck” factor gaining considerable weight over the course of the set. Yet the most striking attributes of this music reside in the artists’ quest for extrapolating newness from unplanned sketches and designs which, at the same time, seem to have been conceived a hundred years ago, such is the magic aura of improbability and secluded grief that these phrases originate in the soul of the sensitive listener. There’s not a moment in which we were caught unprepared by this unpretentious splendor. A seriously involving record, the unforeseen gift from two musicians whose curricula are definitely impressive (check them and remain in awe, especially in reference to Mezei’s) yet still worthy of being exposed to bigger and bigger audiences. Massimo Ricci (Touching Extremes)

Ce duo alto-violoncelle hongrois enregistré à Novi Sad est un des joyaux du label Creative Sources. A la fois contemporaine, lyrique, et audacieuse, la musique de ce duo est tour à tour lumineuse, inquiète, délicate ou énergique. Cette région de l’Europe est réputée pour la qualité et l’originalité toute spéciale de ses violonistes, qu’ils soient classiques ou issus de la musique populaire. Le violoncelliste Albert Markos et le violoniste Szilard Mezei proviennent respectivement de Transylvanie en Roumanie et de Vojvodine en Serbie, mais sont tous deux de langue et de culture hongroises. Szilard Mezei vient de faire découvrir sa musique au travers d’enregistrements récents (Draught & Cerkno / Leo) et un beau compact de son Ensemble est paru chez Creative Sources (Sivatag CS 115). Ces deux improvisateurs semblent proches par l’esprit aux Jon Rose, Carlos Zingaro, Marcio Mattos ou Phil Wachsmann. Répartie en une suite de dix-huit Korom improvisés, la musique se développe comme s’il s’agissait d’une grande composition tant la communauté d’intention et d’échange entre les deux musiciens est entière. S’ouvrant par deux pièces de quinze et de neuf minutes, la suite Korom se fragmente en une série de miniatures, de 20 et 40 secondes pour la plupart. L’abondance et la multiplicité des idées, des sons et des couleurs utilisés renforcent paradoxalement l’homogénéité de la musique. Certaines des miniatures (Korom 6 - 9) s’ouvrent sur un silence qui s’allonge vers la pièce suivante. On oublie dès lors qui joue quoi pour se pencher dans la douceur ou se redresser avec un sursaut. Les miniatures ( de Korom 3 à Korom 15) défilent à toute allure alors que les musiciens prennent tout leur temps pour jouer avec une véritable décontraction. L’avant-dernier morceau de neuf minutes qui clôture presque Korom est superbe par l’effusion et la retenue combinées en toute simplicité. Les pizzicatos de la finale effectuent un curieux pas de danse. Des idées donc, sans excès de technicité, et une excellente qualité sonore pour un dialogue vraiment réussi. Creative Sources nous fait découvrir des musiciens des horizons les plus variés et nous avons droit ici au superlatif. Jean-Michel van Schouwburg (Improjazz)