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old school new school no school |cs224
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Old School, New School, No School, sans nul doute, exprime l’idée (et le sentiment) que «nous faisons de la musique avec ce que nous avons appris et ce qu’on découvre en la vivant avec ce que nous sommes et ce que nous voulons être ». Tant pis si leur démarche n’intéresse pas ceux qui tiennent à des définitions et rêvent à l’existence de sous – groupes étanches de l’improvisation radicale, leur musique vit de dialogues, de correspondances, de confidences, d’écarts et d’unissons."... João Pedro Viegas (clarinettes basse & soprano), Paulo Chagas (flûtes, hautbois, clarinette soprano) et Paulo Curado (flûte, saxophones alto & soprano) forment à eux trois le Wind Trio. Un trio qui n'utilise donc que des vents, exclusivement de la famille des bois. Flûtes, clarinettes, hautbois et saxophones se superposent selon différentes combinaisons pour une suite de 11 pièces qui n'ont pas peur d'utiliser et d'intégrer des idiomes (jazz, classique, etc.) et des techniques étendues. De manière générale, le Wind Trio joue une musique improvisée plutôt nerveuse, en tout cas énergique et parfois agressive. Une musique qui mise beaucoup sur l'intensité mais qui sait aussi varier les registres sonores notamment à travers les différentes instrumentations et les multiples combinaisons expérimentées, tout en produisant un panel assez large d'univers. Car tour à tour, la musique du Wind Trio peut être jazz, free, nerveuse, calme et atmosphérique, chargée et agressive, silencieuse et contemplative. Une heure d'improvisations variées et plutôt originales. Une heure à explorer des relations souvent très réactives entre les différents bois. Plaisant. Julien Héraud (ImprovSphere) Eleven pieces, largely if not entirely improvise, by Viegas (soprano and bass clarinets), Chagas (flutes, oboe, sopranino clarinet) and Curado (flute, soprano and alto saxophones). the language is pitched somewhere between efi and the sort of post-Third Stream music initiated by the Davis/Newton/Wadud trio back when, iffy territory for these ears, though handled quite well here. That kind of loosely jazz-based, abstract lyricism is a rough go for me; I kind of feel the need to hear something on a Giuffre level, surely an unfair standard but one that nags. As ably as the instruments are played (and they are) and as lovely as the resultant textures have a tendency to become (and they often do), I can't help but think that a greater underlying melodic sensibility, however masked, would have helped. The trio dances around it but stays outside. For these ears, if you're not obliquely referencing the blues, as a similarly constituted Hemphill/Lake/Mitchell trio would have, it's not a bad idea to offer an acknowledgement of one's own tradition, or *a* tradition. Otherwise, as attractive as some of the pieces here are, there's an insubstantiality that's hard to brush aside. Not meaning to be overly critical--fans of this area of music will likely find much to enjoy here--I think it's a tough avenue to take nowadays. Brian Olewnick (Just Outside) Not the most original of group names, but behind it hide three excellent Portuguese musicians: João Pedro Viegas, Paulo Chagas, and Paulo Curado. They all have mastered several wind instruments: flutes, clarinets, saxophones, even the oboe. The CD’s 11 tracks explore various harmonic interplays and assemblages of extended techniques, but also melodies and ensemble playing. Arid at times, but often beautiful. François Couture (Monsieur Délire) Although their sound cannot be considered as totally original, the skills of these three Portuguese musicians and authentic musical "spin doctors" on wind instruments, Joao Pedro Viegas (soprano and bass clarinets), Paulo Chagas (flutes, sopranino clarinet, oboe) and Paulo Curado (soprano and alto saxophones, flute) as well as their extended techniques, the clear mastery on their sounding tools (and their lungs and breathing apparatus indeed) and their wise sonic "portraiture" make this recording really palatable to followers of the genre. In the gurgling cauldron of broken phrasing, whimpering whiffs, rambling melodic lines and brave climbing on diatonic scale, there are many courses for imagination in the basket which nearly achieve cinematic fumigations ("For Emir", "Fake Camerata", "Nice (Bardot) or nice (Hayworth)" or the amazingly drunk "Bottleneck's Dream Song") and bizarre espousing of performative hints from ethnic musical language ("Articulated Ruidisms", "Stucked by Muffled Reed's Flattersung", "Meditation For Beginners"). On "Old School New School No School", a title which seems to be in correspondence to respective training, Wind Trio manages to whisk a remarkably high number of stylistical recipes on a sort of page-turner by means of an histrionic oomph. Vito Camarretta (Chain DLK) C’est en refusant les clichés du genre que Joao Pedro Viegas (clarinettes basse & soprano), Paulo Chagas (flûtes, hautbois, clarinette sopranino) et Paulo Curado (flûte, saxophones alto & soprano) fidélisent quelques traits singuliers. En s’éloignant de l’unisson, en brûlant les politesses, en ne répondant pas aux appels insistants de l’un, en contractant leurs souffles, les voici dérivant en des désordres tumultueux. Parfois, se souvenant que l’étreinte possède quelque charme, nous les retrouvons jacassant sans discontinuer. Soit une manière de ne rien rejeter des possibles s’offrant à eux. Luc Bouquet (Le Son du Grisli) A forma como Paulo Chagas, Paulo Curado e João Pedro Viegas utilizam a família das palhetas (saxofones, clarinetes, flautas e oboé) neste álbum, o primeiro, do seu Wind Trio faz-me pensar em coisas que ouvi a Julius Hemphill, Arthur Blythe ou até Henry Threadgill, particularmente no que respeita ao trabalho com os timbres e com os cruzamentos frásicos. Nesse aspecto, não há dúvida de que têm algo da “old school”, e isso no melhor dos sentidos (o termo ganhou uma conotação pejorativa, vá lá saber-se porquê). Acontece, porém, que recorrem amiúdes vezes a técnicas extensivas, o que os aproxima da chamada “new school” da improvisação – e da improvisação jazzística em particular, sendo mais do que evidente a filiação idiomática neste género musical, o que não acontece habitualmente no catálogo da Creative Sources. Este é, por regra, mais radical nas suas lógicas editoriais, posicionando-se muito para além do alcance do jazz. Aliás, está patente que há algum tipo de estruturação previamente definida nestas curtas peças, tal como acontece no jazz propriamente dito. Essa combinação de vertentes, ou de “escolas”, coloca-os na tal “no school” aludida pelo título. Mas atenção… Não se trata de uma “no school” movida pela ambição de abrir novos caminhos, dado que o trio lida com materiais reconhecíveis, mesmo quando soam “extensivos”. O que se encontra neste CD é uma postura de equidistância relativamente às tendências instaladas. Sem recusar estas, os três portugueses escapam ao fechamento pressuposto pelos seus parâmetros. Resulta uma música fresca, imaginativa e inconformada, embora sem verdadeiras surpresas. É, sobretudo, uma música muito bem tocada, num exemplo particularmente feliz da superior qualidade do jazz e da improvisação nacionais. E como se não bastasse, manifesta um sentido de grupo, de colectivo, de entrosamento e partilha que não é propriamente comum à escala mundial. Refira-se para finalizar que, no contexto do nosso jazz e da nossa música improvisada, caracterizados por um preguiçoso despojamento programático (são raras as excepções), o Wind Trio e este CD surgem contra a corrente: têm um conceito. Um conceito definido, sustentado e, mais importante ainda, aplicado com eficácia. Sem separação de termos: o conceito é a prática, a prática é o conceito. Bravo! Rui Eduardo Paes (Jazz.pt) |