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Queen Triot cs670
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Há discos em que o engenheiro de som é como se fosse um dos elementos do grupo que está a tocar. Este é um deles. “Queen Triot” foi gravado em estúdio (Namouche) por Joaquim Monte e o que ouvimos mais parece ter sido registado num local “site specific” com uma acústica reverberante natural. Quando se procura dar tal impressão, é regra geral possível detectar a artificialidade dos processos, mas não aqui: ouvimos os instrumentos (um violino, duas violas, um violoncelo + percussão ou piano) e o espaço em torno deles, para além da forma como o espaço molda o que esses instrumentos vão fazendo. Dar um destaque ao trabalho de Monte neste álbum deve-se também a dois factores implícitos, mas que podiam não ter sido cobertos, pelo menos desta maneira: o seu trabalho na misturadora sublinhou as duas linhas-mestras da música que aqui é tocada. Uma dessas linhas-mestras é a presença: ouvimos o mais pequeno detalhe dos materiais que cada interveniente introduz, de tal modo que mesmo as maiores subtilezas ganham uma inesperada clareza (nunca em prejuízo das dinâmicas, saliente-se). A outra é ainda mais entusiasmante: da acção conjunta dos cinco músicos surge um efeito de fantasmização que não só nos confirma que, na criação musical improvisada, os resultados são mais do que a soma das partes, como nos dá uma panorâmica iminentemente plástica, ao nível de um trabalho de perspectivação que funciona por alternância ou por sobreposição de planos, tirando ao elemento tempo a matriz dos desenvolvimentos para reforçar o elemento espaço. Este tipo de explorações com o uso de cordofones já vai sendo de esperar por parte de Ernesto Rodrigues, mas é especialmente gratificante saber que esse interesse investigativo é partilhado pelas três figuras da cena nacional que com ele aqui encontramos, Maria do Mar, Helena Espvall e João Valinho. A participação da violetista berlinense de origem nipónica Marie Takahashi, conhecida sobretudo pela sua actividade como intérprete de música barroca, é a cereja no topo do bolo. Rui Eduardo Paes (Jazz.pt)
W najbardziej znanym studio nagraniowym Lizbony - Namouche - jeszcze dzi? nie byli?my. Trafiamy tam pod koniec listopada 2018 roku i spotykamy pi?tk? muzyków. Marie Takahashi – altówka, Maria do Mar – skrzypce, Ernesto Rodrigues – altówka, Helena Espvall – wiolonczela oraz João Valinho – instrumenty perkusyjne i fortepian zagraj? dla nas dziewi?? improwizacji. W pi?ciu przypadkach b?d? to ekspozycje ca?ego kwintetu, w czterech – us?yszymy trio z?o?one z altówek i skrzypiec. Ca?o?? nagrania, to ponad 52 i pó? minuty. Just before finishing corrections of this book, Ernesto send me 5 more discs of him and Guilherme. The first one is a quintet, recorded in Namouche Studio in Lisbon. It is notable for the participation of Marie Takahashi, whom I happened to meet at the MountMusic Festival in 2018. In addition to two violas (Ernesto and Marie), Maria do Mar plays violin and Helena Espvall - cello. This is thus an unconventional string quartet augmented by the percussion of João Valinho. Indeed, the music sounds like contemporary string music, but the percussion plays an important role. The group plays nine track, full of wonderful conversations of the instruments, as exemplifies by the opening "Q1". I dig also "Q6", full of power expressed in fantastic pizzicato lines. The abstract and quiet "T6" is also fascinating. Finally, the closing "Q7", a dramatic piece with incredible conversation of the cello with the others. Maciej Lewenstein A remarkable album of masterful and wide-ranging string interaction from improviser and Creative Sources label leader Ernesto Rodrigues (viola) with active contemporary Portuguese performers Maria do Mar (violin), Helena Espvall (cello) and Berlin-based violist of Japanese origin Marie Takahashi, accompanied by Joao Valinho on percussion & piano. (Squidco) |