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habitat |cs105
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Here
is a true piece of sound art, in all its naked glory, a "field recording"
(or, in this case, a "site specific urban" field recording)
created by the mysterious collective known by the apt moniker Dis.playce.
Their m.o. is perfectly captured by their sonic directives, motivated
by a desire to dislodge, disassociate, neé displace, the listener
so much so that their very perspective is shifted, re-attenuated, seized
within the grip of some coarse and provocative contexts. Habitat takes
notions of phonography, musique actuelle, and musique concréte
into new avenues; it in effect autopsies the very tactile nature of sound,
found, invented or otherwise. Desde 2001 que Maximilian Marcoll e Hannes Galette Seidl mantêm uma colaboração sonora sob a designação colectiva de dis.playce. A actividade da dupla alemã, baseada em Essen, foca-se no trabalho sobre as múltiplas relações entre sons ambientais, captados com microfone, e sons inventados através de software de desenho original. A estratégia do dis.playce parte de um conceito base, que é depois desenvolvido a partir do desenho de sons novos e de pedaços de memória recuperados e remontados em conjunto para fruição em novo contexto, dissociado da provável fonte original, cuja identidade e proveniência apenas se pode conjecturar. No entanto, percebe-se um plano, uma linha de orientação que ocasionalmente se insinua para logo se esconder por entre as sombras furtivas, que deixa entrever traços intermitentes de um mapa escondido, qual desenho a carvão por debaixo da tinta sonora. Como um leitmotiv que estabelece conexões formais e informais entre múltiplos pontos de uma história fonográfica que se conta em dois capítulos. É de mapas que se trata na peça Karl Ortmann, homenagem sob a forma de arte sonora ao cartógrafo germânico com o mesmo nome (1917 – 1879), que em vida se dedicou ao estudo das estruturas sociais urbanas no contexto da cartografia, ciência que, em seu entender, deveria fazer reflectir os aspectos sociais da vida em sociedade. Que se passa aqui em termos acústicos? Intrigante, a peça questiona o ouvinte: imaginamos sons ou temos deles uma percepção real? Ian W. Cowell, peça apresentada no CD em versão adaptada, serviu originalmente para sonorizar uma instalação vídeo homónima, montada no piso de entrada do Dresdner Bank, em Frankfurt, construída a partir de material pré-gravado em ambiente de escritório, misturando sons de pessoas a escrever em computador e vozes de empregados num dia normal de trabalho, com o ruído da rua frente ao prédio para cujo hall a peça foi preparada. Em HABITAT (Creative Sources Recordings # 105), antigos e novos métodos de montagem e edição sonora adquirem interessantes e renovadas formulações no modo como sugerem espaços vivos com gente dentro. Eduardo Chagas (Jazz e Arredores) Creating
musical sounds without instruments has become widespread ever since the
availability of first the portable tape recorder and then the computer
lap top. Melding oscillations created with software plus amplifications
of so-called found sounds, often re-mixed, these soundscapes are notable
for their subtle mixture of foreground and background. This CD contains 38 minutes
extracted from the soundtracks of two cityscape installations: “Ian
W.Coel” (Frankfurt) and “Karl Ortmann” (Karlsruhe).
I usually approach this kind of record with extreme suspicion, as we’re
by now grown used to – and pretty much worn out by – people
utilizing field recordings with the purpose of not having a purpose. Take
the sounds, place them on record, release it and go on to the next “project”.
But Dis.Playce (Maximilian Marcoll and Hannes Seidl) added something that
feeds our motivation: composition. The selections comprised by Habitat
– whose dedications and intents are explained in detail in the inside
leaflet - are interesting in a way that is proportional to the intelligence
shown by the assemblers in the logical disposition and crafty merging
of the single elements. Although it is a fascinating listen when you raise
the playback level, feeling completely encircled by the urban manifestations
characterizing both pieces, only through a headset one is able to determine
the true value of the compositional endeavor, becoming aware of the many
subtleties that the seaming of the different segments reveal. In synthesis,
the sonic report functions even when separated by its original raison
d’être.
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