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O trio brasileiro SÔNAX desenvolve a pesquisa de criação e construção de esculturas e ambientes sonoros, com o propósito de intervir radicalmente sobre o espaço que se forma em ambiente triangular. Os detalhes do jogo dinâmico adquirem aqui uma importância primordial. É este encadeado de acidentes, formas e texturas que realça a sensação de movimento oscilante e descontínuo, que aviva o progressivo adensar do corpo sonoro, o aumento da pressão, logo seguida de distensão, silêncio e reagrupamento. Marco Scarassatti (Campinas, 1971), Marcelo Bomfim (São Paulo, 1977) e Nelson Pinton (Campinas, 1974) trabalham segundo o processo de improvisação e composição instantânea, versus electrónica em tempo real criada por Nelson Pinton. Wicleff Vianna toca cordas de piano no primeiro dos 11 temas (Takemitsu Garden), todos sob a direcção musical de Marco Scarassatti. Para resultado de composição electroacústica híbrida a que chega, o trio usa todo o tipo de bricolage a que pôde lançar mão, restos, resíduos, desperdícios diversos da sociedade de consumo feitos de diferentes materiais (plástico, madeira, pele, metal) postos a vibrar sob fricção, raspagem e percussão, bem como instrumentos convencionais (flautas, piano, guitarra, teclados, percussão) e manipulação electrónica em computador. Fragmentos inertes (re)criam organismos vivos, com eles compondo esculturas e ambientes sonoros como o que ilustra a capa da edição de Sônax. Estas instalações servem a possibilidade dupla, quer de fruição plástica e visual, quer de produção de som com valor musical, acrescido e refinado em directo com um módico de processamento electrónico. O trabalho do Sônax, globalmente bem equilibrado, apresenta uma poesia sonora de cores e tons suaves, que se estrutura de forma aberta e inesperada, nascida do imprevisível intercâmbio alquímico de sons novos criados por objectos antigos e por instrumentos convencionais. O que reforça a componente da interactividade audiovisual, construída em função de diferentes estádios de evolução tecnológica, da mais básica, primitiva e artesanal, ao estado da arte do desenvolvimento electrónico aplicado à criação musical. Daí o disco soar simultânea e paradoxalmente a coisa antiga e a novidade, assumindo-se assim como uma proposta de relevante valor estético, musicalmente apelativa. Gravação de 2008, realizada no Vitrola Digital Studio, em São Paulo. Edição da Creative Sources Recordings. Eduardo Chagas (Jazz e Arredores)

The big bang-like spreading out of Creative Sources’ catalogue reveals the emergence of a Brazilian trio who specializes in sound sculptures, juxtaposing the voice of weird metallic creatures and spare radiator parts with prepared acoustic guitars, piano and bamboo flutes. The non-homogeneity of this proposal could potentially push into dangerous waters: god only knows how many collections of throwaway noises and pushed furniture we have listened for all these years, in the name of supposedly advanced artistries hiding a widespread lack of substance. Despite the existence of tracks that do not exactly shine with superior inventiveness, “Sonax” is mostly a rewarding album, the haptic quality of its material making sure that elements of compactness are maintained even during the sections in which the music fluctuates between structural clarity and natural tendency to sonic indulgence. Fine flashes are especially to be found after the halfway mark: “Movimento pendular” resonates with intense vibrations and gleaming drops of ringing mellowness, then mutates into a rusted seesaw of chafed frequencies; “Estudo para uma improvisação sem desenvolvimento” begins with creepy symptoms and unsettling tremulous recurrences, the whole interspersed by echoing knocks and ululating strings which shift the piece’s gravity towards the more percussive phase of circumspectness until a full, if not excessively ample gamut of sonant nebulosity is exposed. The insufflations characterizing “Lacuna” - reverberations of flutes and night-time currents bathed in rumbling murmur - made me want to remain completely motionless, unwilling to disturb a suddenly materialized stillness. Masimo Ricci (Totching Extremes)

Já há muito que nos chegavam ecos da guitarra microtonal do brasileiro Marco Scarassatti e já lhe conhecíamos o interesse pelo inventor de instrumentos Walter Smetak, a quem dedicou a sua tese de mestrado na Universidade Estadual de Campinas, onde reside. Agora, chega-nos por via da portuguesa Creative Sources o seu disco com o trio Sônax, no qual utiliza esculturas sonoras de sua manufactura, evidenciando a influência do músico e artista suíço que emigrou para terras de Santa Cruz em 1937 e aí faleceu em 1984. Apesar de o seu quadro de referências incluir compositores de música contemporânea como John Cage, Luciano Berio, Toru Takemitsu e Giacinto Scelsi, é no âmbito da improvisação que o percurso musical de Scarassatti se vem situando. Não é o jazz propriamente dito que pratica, mas este não anda longe. Segundo as suas palavras, ao explicar o conceito por detrás destes Sônax, do seu outro grupo, Olho Caligari, e do festival de música improvisada que organiza desde o ano passado, esta é «uma música aberta e espontânea, que tem ligação com o espírito do jazz, mas o que a diferencia do género é não partirmos de uma base ou de um tema para improvisar, mas de uma investigação sonora». Exótica, com muitos espaços e respirações que denotam alguma influência oriental (por exemplo no elucidativo “Takemitsu's Garden”), pontilhística na aplicação dos materiais e com uma clara dimensão imagética (Scarassatti é também um premiado cineasta experimental, especializado no Super 8), esta proposta demonstra-nos que muito interessante música está a ser feita no Brasil por estes dias. Tem sido difícil conhecê-la deste lado do Atlântico, mas as coisas começam a mudar. Esperemos que projectos como Taag, Orchestra Descarrego, Duo Marco04 B, Abaetetuba com Thomas Rohrer e os já referidos Olho Caligari possam vir a ser-nos familiares. Rui Eduardo Paes

Creative Sources wypuszcza coraz to nowe rzeczy, które pasujał do konstelacji muzyki improwizowanej, ale na tym etapie znoszałc idiom tej muzyki do poziomu dz´wiełkowego indywidualizmu.
Tak jest i w tym przypadku tria z Brazylii, którzy swoje oryginalne brzmienie opeirajał na dziwacznych metaloplastycznych konstrukcjach, które mnie osos=bis´cie przypominajał o Hansie Belmerze i jego grafikach.
S?yszelis´my juz˛ wiele p?yt, gdzie rumor "przesuwanych mebli" i róz˛nego rodzaju ha?asów uk?adany jest w mozaiki takie jak ta. Album nie powala innowacyjnos´ciał, ale jest ciekawie skonstruowany, obfituje w ciekawe efekty dz´wiełkowe i kontrapunkty, nie s?ucha sieł go ze znuz˛eniem, ktore czasem moz˛e ogarniac´ s?uchacz kiedy wpada w ciałg ods?uchiwania kolejnych albumów z szufladki "Improvised Music".
Ciekawe partie fletu moz˛na odnalez´c´ w utworze “Lacuna” gdzie nocna muzyka burdonów i skupienia trzyma w napiełciu, którego nie chcemy zburzyc´. Astipalea Records (Felthat)