Cosmos cs731

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rodrigues family is very productive, so closing this book is very hard for me... Here is their recording at Cosmos, Lisbon in January 2022 with a trio with my beloved João Madeira on double bass. The music is similar to the one of the "Echoes in a Further Range", see above. It is also a suite in four movements, but the main difference is that this a pure string trio. In a sense this is "Rodriguesism" at its essence and roots: the world at the end is nothing else, but is a string ensemble. Marvellous! Maciej Lewenstein

 

Il trio di musicisti portoghesi all’opera in questa incisione celebra la musica per strumenti ad arco, si tratta di una lunga improvvisazione divisa in quattro parti in cui si rincorrono i fantasmi di quella che è la musica d’avanguardia di provenienza americana, lo String Trio of New York o il violinista Leroy Jenkins ed il suo Revolutionary Ensemble, e la musica europea più moderna per trio o quartetto d’archi. I tre sono João Madeira al contrabbasso, Ernesto Rodrigues alla viola e Guilherme Rodrigues al violoncello. Procedono compatti come gruppo esplorando le possibilitá dei loro strumenti, sia con l’archetto che in pizzicato, offrendo momenti molto intensi, in cui gli archi costruiscono momenti di tensione che lentamente si sciolgono, un procedere empatico fra i tre mentre i suoni si accavallano come ondate che arrivano all’ascoltatore coinvolgendolo in quello che sembra un rito. I quattro movimenti scorrono veloci, fra assoli e collettivi, fra momenti più rarefatti e altri più magmatici, in un continuo caleidoscopio di idee. Vittorio (MusicZoom)


Gravado ao vivo no Cosmos Campolide, este disco junta o violinista Ernesto Rodrigues com o seu filho Guilherme Rodrigues no violoncelo e João Madeira no contrabaixo, numa exploração da improvisação livre. A discografia do improvisador Ernesto Rodrigues é quase impossível de acompanhar. Ao longo dos últimos vinte anos, através da sua label Creative Sources, Rodrigues tem editado centenas de gravações (está a aproximar-se das 800!), e neste seu catálogo incluem-se alguns grupos regulares - particularmente o Lisbon String Trio (com Miguel Mira e Alvaro Rosso), o String Theory e o ensemble IKB - , mas sobretudo formações ad-hoc, muitas vezes com esses encontros musicais a acontecerem pela primeira vez.  A produção discográfica de Ernesto Rodrigues continua neste ano de 2022 a ser alimentada por múltiplas colaborações, sobretudo parcerias com músicos nacionais como Bruno Parrinha, Luís Gonçalves e Maria da Rocha, entre outros - como porta de entrada para este enorme universo, vale a pena espreitar a sua página Bandcamp. A música de Ernesto sempre revelou um gosto pelo detalhe, pelo pormenor, e a sua aproximação a abordagens musicais minimalistas (near silence, lowercase, reducionismo) levou-o a ser considerado um dos expoentes mundiais dessa exploração. Contudo, a sua música, embora também inclua esses elementos, não se fica por aí.  Da produção mais recente destaca-se “Affinity Suite”, registo de um concerto na SMUP, na Parede, onde Ernesto Rodrigues sai da sua zona de conforto, estando acompanhado por um grupo de músicos mais ligados à improvisação livre/free jazz: José Lencastre (saxofone), Miguel Mira (violoncelo), Hernâni Faustino (contrabaixo) e João Lencastre (bateria). Também registado ao vivo, “Cosmos” foi gravado em trio, com o seu filho (e parceiro habitual) Guilherme Rodrigues no violoncelo e João Madeira no contrabaixo. Este disco documenta uma atuação do trio no Cosmos Campolide, um espaço cultural recente que partilha instalações com o Campolide Atlético Clube, em Lisboa. “Cosmos” funciona como uma suite que se divide em quatro partes. Ernesto (violino), Guilherme (violoncelo) e Madeira (contrabaixo) formam um clássico trio de cordas e desenvolvem uma música improvisada que se aproxima da música de câmara. O trio vai trabalhando uma improvisação que assenta na comunicação e diálogo, com os três músicos a lançarem ideias, responderem, interligarem-se, fazendo a música evoluir. Sendo o disco marcado sobretudo pelo som do arco, os três músicos servem-se também de técnicas extensivas, criando outros sons, menos convencionais, que levam a música a seguir por outras direções.  O trio atravessa diferentes ambientes, de momentos de maior contenção até explosões de alta intensidade; e o ouvinte fica envolvido ao acompanhar no processo, vai ficando sempre curioso. Particularmente interessante é a parte III, nas suas variadas oscilações. Sendo impossível acompanhar toda a produção de Rodrigues, vale sempre a pena dar atenção a alguns dos seus trabalhos. Neste “Cosmos” o violinista joga em casa, num terreno musical que lhe é familiar - embora, como acontece na improvisação, exista sempre espaço para a surpresa. Nuno Catarino (Jazz.pt)

[...] Working through the four-part Cosmos suite, the Rodrigues duo and Madeira turn away from the melodic mores of their instruments to scratch, stretch and strop timbers even as the piece evolves in broken octave triple counterpoint. Halving and doubling the tempo at various junctures, the two higher-pitched instruments use spiccato jumps and jolts to advance the exposition while the bassist’s thumps and pulls steady the advancement. As the tri-layer narrative is established, all three torque the presentation with additional buzzes and strains. Energy expressed in whistling string squeaks and guiro-like ratcheting creates the discordant but open presto strokes that conclude the combinations “Cosmos III” provides the greatest improvisational scope. At 18-minute plus, the simple moderato tempo moves up to staccato sawing so that the 12 strings respond with such vigor that the bows appear to bounce off the strings into the air. Wood vibrating hard plucks from the cello and bass become so percussive that they reorient the track towards full dissonance, only to be drawn back when near-cooing lyricism from the viola transforms contrast into connection. Ken Waxman (JazzWord)

 

Trio alto (Ernesto Rodrigues), violoncelle (Guilherme Rodrigues) et contrebasse (João Madeira). Il n’y a rien à faire, je suis friand des groupes d’improvisation réunissant exclusivement des instruments à cordes de la famille des violons. Que ce soient les associations au tour des Rodrigues père et fils, surtout avec leur ami Madeira qui les connait si bien, que le String Trio d’Harald Kimmig Alfred Zimmerlin et Daniel Studer ou le Stellari Quartet qui réunit Phil Wachsmann, Charlotte Hug, Marcio Mattos et John Edwards, je suis toujours aux anges tant la qualité de son, l’intime proximité de chacun des cordistes, la conviction qu’il s’agit de la meilleure combinaison instrumentale pour violon, alto, violoncelle et contrebasse. En outre, l’alto, instrument, très exigeant, a cette particularité d’être plus riche au niveau textures et densité des timbres que le violon. Voilà ! On n’a de cesse de d’écouter et réécouter leurs spirales et volutes infinies, pizz puissants et sauvages, harmoniques filtrées, accents nasillards, contrepoints spontanés, et leurs assemblages mouvant d’idées et d’esquisses concertées et déconcertantes, cadences brisées, fuites en avant, tutti vibratiles, échos fébriles, col legno subtils, ralentandos touffus, cafouillages hystériques, col legno subtils, sonorités s’amplifiant par la magie des pressions plus intenses de l’archet, …. Cascades et touffus sous-bois, landes désolées et ample rivière qui s’écoule presqu’en silence. Les figures et leurs évolutions traversent bien des paysages sonores et de multiples colorations. L’auditeur en retire un sentiment d’infini, une plénitude sans nom, celui d’une écoute intense et d’un trilogue forcené où le moindre son compte même s’il est avalé par le temps. L’énergie du free primal conjoint à une science musicale raffinée. Sans doute une de leurs meilleures réalisations parmi beaucoup d’autres.
P.S. : On a entendu les Rodrigues avec Matthias Bauer et Dietrich Petzold (dis-con-sent) ou Klaus Kürvers et Julia Brussel (Fantasy Eight) ou dans l'Iridium String Quartet, pièces de choix du tout-violon-alto-cello-basse sur le label Creative Sources vers lesquels vous feriez bien de vous ruer, ça vous changera des saxophonistes testostéronés et des guitaristes destroy. Jean-Michel Van Schouwburg (Orynx)